As Bases Históricas do Novo Testamento
História (do grego antigo ἱστορία), que significa “pesquisa”, “conhecimento advindo da investigação”, é a ciência que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. História como termo também pode verificar toda a informação do passado que pode ter sido requerida ou arquivada em todas as línguas por todo o mundo, isto como intermédio de registros. Resumidamente, história é conhecimento do passado através do testemunho. [1]
Para saber se a história contada é confiável, temos que questionar se o testemunho é válido!
Então, seria a história bíblica contata através de testemunhos e relatos daquele tempo (do início da era Cristã e consequentemente o Novo Testamento) válida?
Nota: Nós estamos aqui nos referindo ao Novo Testamento, e logicamente, estamos trabalhando com testemunhos e relatos evidenciados na forma escrita, de fontes bibliográficas antigas. Nossa explanação neste artigo será bem sucinta, servindo para mostrar de forma bem resumida que é possível confiar nos relatos contidos no Novo Testamento, através da própria evidência histórica textual. Mais pesquisas podem ser feitas pelo leitor através das fontes de referência no final do artigo.
Evidência bibliográfica de autenticidade
Avalia-se a distância entre o tempo no qual o original de um texto foi escrito e a cópia mais velha que se tem hoje do original, pois praticamente toda literatura antiga era escrita em material perecível, por isso é que ela tinha que ser recopiada constantemente.
Por exemplo, não se nega a existência de Platão e nem mesmo que a literatura empregada à ele seja falsa, porém o texto mais antigo desse filósofo tem cerca de 1200 anos de distância do momento histórico ao qual acredita-se que ele o escreveu, até a cópia mais antiga que se conhece do original.
– De quando Tucídides escreveu até a cópia mais antiga que se tem notícia, passaram-se cerca de 1.300 anos.
– Aristóteles escreveu suas poesias clássicas 1.400 anos antes da cópia mais antiga que se tem notícia.
O Novo Testamento: do tempo em que se aceita (por vários estudos feitos) que os textos (evangelhos, cartas) foram escritos, existe um intervalo de apenas 100 anos, conforme a descoberta dos papiros de John Ryland. Da mesma forma, os papiros de Chester Beatty, remontam a 155 anos após os originais, bem como os Papiros de Bodmer, 200 anos após. [2]
No início de 2015 foi anunciada a descoberta de um fragmento em papiro do evangelho de Marcos dentro de uma máscara mortuária de uma múmia egípcia, encontrada há 3 anos atrás. De acordo com a técnica utilizada pelos especialistas, a origem desse papiro remonta o primeiro século de nossa era, entre o ano 80 e 90 d.C.
Ou seja, se os estudos a respeito desse achado estiverem certos, será a cópia mais antiga de um texto dos evangelhos, demonstrando que já haviam escritos sobre a vida de Jesus ainda no tempo apostólico, o que faz com que a veracidade do Novo Testamento seja ainda mais atestada. [3]
Observação: Os papiros citados acima, bem como outros que já foram encontrados, são várias porções das escrituras, e todos passam pelo crivo da Papirologia, que aliada a arqueologia e outras técnicas, determina a autenticidade dos manuscritos, bem como também a possibilidade de estabelecer um estudo gramatical do período em questão, a qual é importante também para entendermos aspectos culturais, sociais, de comunicações, religiosos, políticos, etc; da época em que estes papiros foram produzidos com seus textos.
Manuscritologia
Basicamente, é o estudo sobre a quantidade de cópias que existem de um texto original. Quanto mais cópias, ou manuscritos, mais facilidade para se reconstruir o original e verificar se houve qualquer imprecisão.
Qualquer um dos livros existentes sobre Platão vem de uma das 7 cópias que existem no mundo. Tucídides possui 8 cópias, Aristóteles possui 49 cópias.
Porém, o Novo Testamento possui cerca de 5.600 cópias em grego, além disso, existem mais de 19.000 cópias nas línguas siríaca, latina, coptas, e aramaico. Ou seja, o Novo Testamento manuscrito possui base de apoio total de mais de 24.000 cópias. A consistência interna dos documentos do Novo Testamento é de cerca de 99,5% textualmente puro. [2]
Podemos com isso, concluir que o Novo Testamento possui mais validade histórica do que qualquer outro livro de literatura clássica ou história antiga.
Werner Keller, jornalista investigativo especializado em antiguidades disse em seu famoso livro E a Bíblia Tinha Razão a seguinte frase:
''Esses antigos manuscritos são a resposta mais convincente sobre a autenticidade da tradição bíblica.''
Referências:
[1] Joseph, Brian (Ed.); Janda, Richard (Ed.). The Handbook of Historical Linguistics. [S.l.]: Blackwell Publishing, 2008. p. 163. ISBN 978-1405127479
[2] CARM: Manuscript evidence for superior New Testament reliability
[3] Revista Adventista: Arqueologia Bíblia
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